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AUTORAS
quaresma detox
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ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Sejamos todos feministas. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
______. O Perigo de Uma História Única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
A autora de dois importantes alertas, "Sejamos todos feministas" e "O perigo de uma história única", divulgados mundialmente pelas palestras Ted Talk, é também romancista contemporânea consagrada e diz: "A experiência feminina não é entendida como universal. A história da literatura é ainda muito masculina...".
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SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode um subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2018.
"Esse é um livro importante para nossas pesquisas em artes-manuais, a começar pelo título: 'Pode o subalterno falar?'. A pergunta tensiona o lugar que ocupamos nas ciências: mulheres pesquisadoras do universo da casa, dos fios e das infâncias. Além disso, a autora indiana Gayatri Chakravorty Spivak critica os autores de referência de nossos estudos, como Deleuze, Guattari e Foucault, entre outros, perguntando se eles nos escutam. Gayatri nos ajuda a perceber que, como pesquisadoras subalternas, precisamos compreender a posição de nosso discurso e criar políticas de narratividade que nos permitam falar, na tentativa de, algum dia, sermos ouvidas" (Nina Veiga).
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FEDERICI, Silvia. O ponto zero da revolução. São Paulo: Editora Elefante, 2019.
"Entre os três livros que li de Silvia Federici, Calibã e a bruxa, O patriarcado do salário e O ponto zero da revolução, esse último foi o que mais estudei para a composição de aulas nas nossas pós-graduações em artes-manuais. Sempre foco muito no ponto de virada que a autora fez, ao ultrapassar sua própria mentalidade que via o trabalho doméstico como servidão, a exemplo das primeiras ondas do feminismo, para percebê-lo como lugar de resistência. Há nesse ponto de virada uma chave de entendimento para a constituição de nosso conceito de 'casa'" (Nina Veiga).
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JESUS, Maria Carolina de. O quarto de despejo. São Paulo: Editora Ática, 2021.
"Talvez, e sempre talvez, Carolina Maria de Jesus seja a autora que mais se aproxima do "núcleo duro" das nossas pesquisas. Sua escrita, junto à casa, à necessidade e aos fazeres mínimos e cotidianos tem uma política de narratividade que traduz aquilo que queremos dizer com "dispositivo", a partir de Foucault, como um conjunto heterogêneo que pode englobar variados discursos e ações“ (Nina Veiga).
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BISPO, Tainã. Ninguém Solta a Mão de Ninguém. São Paulo: Claraboia, 2019.
"Existem muitos motivos para adquirir um livro, mas 'Ninguém solta a mão de ninguém', organizado por Tainã Bispo, chegou por um motivo especial e um tanto mais raro do que afinidade pelo tema ou por autores, a necessidade de fazer parte de uma ação necessária para a garantia da existência plena. Esse 'manifesto afetivo de resistência e pelas liberdades", publicado em 2019, logo após a ascensão da [extrema][direita]. no país, marcou uma época de perplexidade e aflição que só piorou com a chegada da pandemia de covid-19. Seis anos depois, ver a imagem da capa e voltar a manusear o livro traz uma sensação de nostalgia e desconforto. Nostalgia por um tempo que acreditávamos que podíamos mais. Desconforto por pensar que nos dispersamos tão facilmente" (Nina Veiga).
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CAVALLERO, Luci; GAGO, Verónica. A casa como laboratório: finanças, moradia e trabalho essencial. São Paulo: Editora Elefante, 2024.
"Ainda não li A casa como laboratório, das pesquisadoras argentinas, Luci Cavallero e Verónica Gago, mas já o adotei como referência para nossas pesquisas em torno do conceito de casa. As autoras problematizam finanças, moradia e trabalho essencial, ampliando nossa capacidade de ver e dizer disso que está tão perto de cada uma de nós, o ambiente doméstico"(Nina Veiga).
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MEIRELES, Cecília. Escolha o seu sonho. São Paulo: Global Editora, 2016.
"Adoro crônicas. Eu mesma, me considero uma cronista. Leio crônicas até muito mais do que romances ou poesia. Escolha seu sonho, de Cecília Meireles, reúne as crônicas que eram transmitidas pelo rádio Roquette-Pinto, no início dos anos sessenta. Além do Quaresma Detox - Autoras, temos muitos programas com leituras gravadas. A escuta é uma prática incentivada, aqui, em nosso canal do YouTube" (Nina Veiga).
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ATWOOD, Margareth. O conto da Aia. São Paulo: Rocco, 2006.
"Li Margaret Atwood durante o meu doutoramento. Nunca imaginei que estaria vivendo no cenário do livro em menos de 20 anos depois. Hoje, esse livro pode se tornar uma fonte de dicas de bem-sobrevivência, para os tempos de chumbo em que vivemos. Uma das dicas que tenho usado é: 'A sanidade é um bem valioso eu a amealho e guardo escondida, como as pessoas antigamente amealhavam e escondiam dinheiro. Economizo sanidade, de maneira a vir a ter o suficiente quando chegar a hora'. (Conto da Aia p. 135)" (Nina Veiga).
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TIBURI, Marcia; Valle, Bárbara (Orgs.). Mulheres, Filosofia Ou Coisas Do Gênero. Santa Cruz Do Sul, RS: Unisc, 2008.
"Esse livro de 2008, organizado por Marcia Tiburi e Bárbara Valle, foi muito importante para afirmar meus primeiros anos de docência, no Ensino Superior, após o mestrado. Era um tempo onde as pautas da escrita e da produção científica das mulheres na academia eram pouco afirmadas, especialmente, nas universidades do interior, como as que eu lecionava, no Sul de Minas. Hoje em dia, a temática ampliou sua divulgação e problematização. O que agora nos chega como um dado, uma questão concreta e estabelecida, foi construído, com muito esforço, em cada sala de aula e grupo de estudos, por cada uma de nós, que já enfrentamos a dificuldade de afirmação da mulher, junto à escrita acadêmica" (Nina Veiga).
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GONZALEZ, Lélia. Por um Feminismo Afro-Latino-Americano: Ensaios, Intervenções e Diálogos. Rio Janeiro: Zahar, 2020.
"Lélia Gonzalez é uma referência fundamental para a pós-graduação Artes-Manuais para Educação. É impossível compor um plano de curso sem sua obra. Apesar de fazer parte do corpo teórico da disciplina 'As artes da casa: a literatura, a oralidade, as memórias e a ancestralidade nas artes-manuais', é na disciplina Políticas de narratividade que Lélia amplia ainda mais sua contribuição para nossas pesquisas" (Nina Veiga).
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RIBEIRO, Djamila. Pequeno Manual Antirracista. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
"Quando a Companhia Das Letras lançou esse pequeno livro de Djamila Ribeiro, vivíamos um momento social muito delicado no país, era 2019. A autora já havia publicado 'O que é lugar de fala?' alguns meses antes. Hoje, ao pegar o pequeno exemplar na mão, é impossível deixar de sentir novamente a apreensão, o espanto e a indignação que aquele ano nos causou. Os livros de Djamila foram, e continuam sendo, instrumentos de resistência e letramento, para o fortalecimento de nossa capacidade de enfrentamento das forças que querem apequenar a vida" (Nina Veiga).
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LERNER, Gerda. A Criação do Patriarcado: História da opressão das mulheres pelos homens. São Paulo: Cultrix, 2019.
"O livro de Gerda Lerner 'A criação do patriarcado: história da opressão das mulheres pelos homens' é de leitura obrigatória para o desenvolvimento de nossas pesquisas, que agenciam mulher, casa e artes-manuais. No capítulo quatro, 'A mulher escrava', a autora disserta sobre a gênese da escravidão e afirma: "A opressão de mulheres precede a escravidão e a torna possível. É preciso falar sobre isso" (Nina Veiga).
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DEL PRIORE, Mary (Org.). História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2018.
"A Profa. Mary Del Priore colabora demais em nossas pesquisas. As recolhas que faz, as histórias que conta, nos livros escreveu ou organizou e que adotamos em nossas pós-graduações, amplia nossa visão da casa, das artes-manuais e dos modos de subjetivação da mulher, ao longo da história" (Nina Veiga).
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EISLER, Riane. Cálice e a espada – Nosso passado, nosso futuro. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1990.
"Tenho uma relação um tanto ambígua com o livro O cálice e a espada: nosso passado, nosso futuro, de Riane Eisler. É um livro que foi apropriado por uma certa cultura do feminino (Deusas, Bruxas e tal), categorias que não utilizo em minhas pesquisas. O preconceito me afastou dessa autora tão importante, quanto necessária, para a construção de um outro mundo possível. Acho que para as antigas e novas leitoras desse livro, é importante saber que, essa autora marxista, apesar de usar uma terminologia "fofinha", atraente e que sua política de narratividade, apesar de parecida, não deve ser confundida com a utilizada nos livros de autoajuda" (Nina Veiga).
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DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
"Algumas escritoras são monumentos. É o caso de Angela Davis e, aproveito para dizer, de Conceição Evaristo e Oyèrònké Oyêwùmí, que infelizmente são autoras que só tenho livros digitais. Eu também só tinha os livros de Davis no Kindle, até a Boi Tempo lançar uma caixa com 4 livros da autora: 'Mulheres, raça e classe', 'Mulheres, cultura e política', 'Uma autobiografia' e liberdade é uma luta constante'. Essas autoras monumentais foram vozes pioneiras na ação constante de fazer desse mundo um outro mundo possível" (Nina Veiga).
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PIZAN, Christine de. A cidade das mulheres. São Paulo: Editora 34, 2024.
"A Cidade das Mulheres, foi escrito no Séc. XV, mas é considerado uma obra atual e necessária para a historiografia do pensamento das mulheres. Christine de Pizan falou de desigualdade de direitos e da desvalorização da mulher imposta pela sociedade de seu tempo. Nas pesquisas que realizamos, ela está entre as Beguines Medievas estudadas em nosso curso de fiação artesanal" (Nina Veiga).
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SCEGO, Igiaba. Minha casa é onde estou. São Paulo: Editora Nós, 2022.
"A política de narratividade de Igiaba Scego leva a produção de uma cartografia que nos faz perguntar: minha casa é onde estou? Ela faz um mapa de Roma, cidade que nasceu e que mora, com o da Somália, país de seus antepassados. O resultado é uma viagem por tempos e espaços múltiplos que se aproxima muito dos exercícios que discuti em minha Tese de doutoramento" (Nina Veiga).
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PIEDADE, Vilma. Dororidade. São Paulo: Editora Nós, 2019.
"Vilma Piedade foi precisa ao construir o conceito de dororidade. Às vezes parece que a dor é interditada. Que sentir dor é assunto privado. E que expor a dor é sinal de fraqueza. A desqualificação da dor é um efeito dos modos de subjetivação capitalista, que só se interessa que sejamos produtivos. Por isso a importância desse conceito, para que nos tornemos mais gente, aceitando tantos os amores como as dores" (Nina Veiga).
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GEBARA, Ivone. A Velhice que eu habito. São Paulo: Claraboia, 2021.
"Margareth Rago escreveu o prefácio do livro de Ivone Gebara, 'A velhice que eu habito'. O título do prefácio, 'Estrelam que brilham em tempos sombrios' representa o que significou o livro de Ivone, quando o li. Eu estava me recuperando de um grave acidente, me sentindo alquebrada e envelhecida, Gebara brilhou, me fazendo perceber a ativista que ainda vive na velhice venho habitando" (Nina Veiga).
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KASTRUP, Virgínia. A invenção de si e do mundo: uma introdução do tempo e do coletivo no estudo da cognição. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
"Virgínia Kastrup é 'livro didático' para mim. Ela é referência importante, tanto em minha Tese de doutorado, quanto em nossas pós-graduações. Responde por conceitos operacionais, como o próprio conceito de invenção, e pela metodologia que aplicamos. Kastrup nos ajuda a devir-ciência nas artes-manuais" (Nina Veiga).
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KLEIN, Naomi. Doppelgänger: Uma viagem através do Mundo-Espelho. São Paulo: Carambaia, 2024.
"Talvez esse seja o livro mais importante que li esse ano. Já o chamaram de farol que nos guia em meio à tempestade do contemporâneo. Doppelgänger, de Naomi Klein, teve um efeito de facilitador de processos para mim. Ao usar sua situação pessoal para observar o cenário atual das redes cindidas em que vivemos, a autora me permitiu mergulhar em minha própria experiência e dor, ao ver um ente querido atravessar o espelho e se transformar em alguém que apoia os opressores" (Nina Veiga).
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ROLNIK, Suely. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Estação Liberdade, 1989.
"Cartografia sentimental é um livro excepcional. A primeira vez que li, estava viajando muito. Eu entrava e saia de aviões, sempre com o livro nas mãos. Sempre considerei os trens e os aviões como os melhores espaços de leitura, mas a leitura desse livro me fez passar por uns momentos de constrangimento. É que, de vez em quando, uma ideia pulava das páginas e me fazia dar um pequeno grito de espanto. E é isso o que esse livro produz: espanto pela capacidade literária e de pesquisa da autora. Suas personagens conceituais atravessam nossa subjetividade e nos fazem viajar com elas por territórios de produção de singularidade". (Nina Veiga).
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WOOLF, Virginia. Um teto todo seu. Trad. de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
"'A mulher precisa ter dinheiro e um teto todo seu se pretende mesmo escrever ficção', quando li essas palavras impressas em tinta preta na folha branca do livro de Virgínia Woolf, foi como se um véu tivesse sido retirado de cima do mundo. Isso foi em 1985, há exatos 40 anos. Eu era uma jovem criada sob a Ditadura Militar, entrei para trabalhar no mundo das televisões muito cedo e a dinâmica da vida de classe média não me levava a compreender questões de classe, gênero e raça, na dimensão que hoje compreendo. Foi Virgínia que me ensinou que eu era pobre e de uma longa linhagem de mulheres pobres. Agradeço a ela por isso. A pobreza feminina tornou-se uma questão mobilizadora em minhas pesquisas. Ainda escuto a autora perguntar: 'Terá a faxineira que criou oito filhos menos valor para o mundo que o advogado que ganhou cem mil libras?'. Terá?" (Nina Veiga).
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CUSICANQUI, Silvia Rivera. Um mundo ch’ixi é possível: ensaios de um presente em crise. São Paulo: Editora Elefante, 2024.
"Este livro é um exercício de 'imaginação sociológica'. Cusicanqui parte da já clássica noção de abigarrado, cunhada por René Zavaleta para descrever a sociedade boliviana como uma combinação de elementos desigual e contraditória, e propõe a ideia de ch’ixi, oriunda do mundo indígena, como chave de compreensão de uma contemporaneidade latino-americana imersa em crises. “Por que temos sempre de estar nas disjuntivas de ser pura modernidade ou pura tradição?” (Editora Elefante).
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Carneiro, Sueli. Escritos de uma vida. São Paulo: Pólen Livros, 2019.
"Escritos de uma vida, de Sueli Carneiro é um livro necessário para se ter numa biblioteca, mesmo que pequena e caseira. Sueli é minha professora, através de seu livro estudo e exercito o letramento racial e aprendo sobre as feministas negras. Sueli é pensadora consistente e me ajuda a desenvolver qualidades para a composição de uma pesquisa científica contemporânea, como mulher latino-americana que sou" (Nina Veiga).
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Butler, Judith. Relatar a si mesmo: Crítica da violência ética. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
"A escrita de si foi uma das questões problematizadas e experienciadas em minha tese de doutorado. Em Relatar a si mesmo, Judith Butler discute junto a Adorno, Foucault, Nietzsche e outros o relato de si na filosofia moral. Li alguns fragmentos do livro, antes de sua publicação no Brasil, mas não cheguei a referenciá-lo em minha pesquisa. Porém, gostaria de tê-lo feito, pois a análise e a crítica que Judith dispara é importante dispositivo para a compreensão do sujeito dentro do campo ontológico" (Nina Veiga).
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CHOLLET, Mona. En casa. Buenos Aires: Hekht Libros, 2017.
"A casa é o território de minhas pesquisas. As artes da casa, especialmente os têxteis, fazem parte desse locus. Trabalho para constituir uma definição singular do conceito de casa, a partir de nossas premissas e referências teóricas. Existem muitos fios em tensionamentos variáveis na urdidura do conceito. A autora suíça Mona Chollet, em seu livro, Em Casa, nos ajuda a puxar esses fios, para continuar a tecer o conceito de casa, numa estética da vida viva" (Nina Veiga).
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KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
"O letramento que 'Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano' promove é efetivo e afetivo. As pequenas histórias narradas pela autora portuguesa, Grada Kilomba, nos faz ver a enormidade das feridas que o colonialismo, que nos subjetiva negativamente, fez, faz e quer continuar a fazer impunemente" (Nina Veiga).
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ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Rio de Janeiro: Forense. Universitária, 2007.
"Na pesquisa em artes-manuais, algumas referências são obrigatórias. É o caso de 'A condição Humana', de Hanna Arendt. Pensar nos modos de subjetivação, junto ao fazer artífice é o mote de nossas pesquisas. Assim, os conceitos desenvolvidos por Arendt são de importante conhecimento para o campo, mesmo que não concordemos com a divisão ou com a hierarquização proposta por ela, entre os vários aspectos da vida humana. Suas definições nos ajudam a dar voz aos processos, mesmo que seja para refutá-los ou ampliá-los, através de autores mais próximos ao nosso guarda-chuva teórico, nas filosofias da diferença" (Nina Veiga).
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GONZALEZ, Lélia. Por um Feminismo Afro-Latino-Americano: Ensaios, Intervenções e Diálogos. Rio Janeiro: Zahar, 2020.
"Lélia Gonzalez é uma referência fundamental para a pós-graduação Artes-Manuais para Educação. É impossível compor um plano de curso sem sua obra. Apesar de fazer parte do corpo teórico da disciplina 'As artes da casa: a literatura, a oralidade, as memórias e a ancestralidade nas artes-manuais', é na disciplina Políticas de narratividade que Lélia amplia ainda mais sua contribuição para nossas pesquisas" (Nina Veiga).
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HARAWAY, Donna. Quando as espécies se encontram. São Paulo: Ubu Editora, 2022.
"Conheci Donna Haraway na virado do século, quando seu "Manifesto Ciborgue" me chegou às mãos. Os conceitos presentes no artigo mudaram minha orientação intelectual. O fragmento "manter juntas coisas incompatíveis porque são todas necessárias e verdadeiras", mexeu comigo naquele ano 2000, foi importante demais durante o mestrado e encarnou como conceito gerador, na escrita da minha Tese de doutoramento. Até hoje, cada vez que a autora expõe um conceito, como o de 'conhecimento situado', fico atenta. As relações entre humanos e não-humanos é um tema que está me movendo cada vez mais, é disso que se trata 'Quando as espécies se encontram'. Também estou lendo 'Ficar com o problema: fazer parentes no chthluceno' em versão digital, que tem o conceito de chthuluceno, uma combinação de khthôn (ctônicos), da terra, ser ancestral e kainos (-ceno), tempo de recomeço. 'Ficar com o problema' questão posta por Haraway, que me ajuda a ultrapassar a mim mesma" (Nina Veiga).
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ROSENDO, Daniela; OLIVEIRA, Fábio A. G.; CARVALHO, Príscila; KUHNEN, Tânia A. (org.). Ecofeminismos; fundamentos teóricos e práxis interseccionais. Rio de Janeiro: Ape’Ku, 2019.
"O pensamento ecofeminista traz referências importantes para nossas pesquisas em artes-manuais. Ele ajuda a fundamentar as inter-relações que podemos perceber em nosso território de estudo, que reúne a casa, e por extensão, o jardim, o quintal e a horta caseira, as artes-manuais, especialmente na reflexão sobre as fibras têxteis animais e vegetais e do trabalho manual e os modos de existir que se configuram e buscam produzir singularidades a partir desses agenciamentos" (Nina Veiga).
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PRADO, Adélia. Poesia reunida. Rio de Janeiro: Record, 2015.
"O que posso falar de uma poeta? Declaro apenas meu apreço por sua existência. O que posso dizer de uma poeta? Declamar seus versos e dar graças por existirem: '...sou é mulher do povo, mãe de filhos, Adélia. Faço comida e como'" (Nina Veiga).
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LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
"Fiz minha iniciação científica analisando o fluxo de consciência em Clarice Lispector. Ter feito isso me fez descobrir o mundo da pesquisa e ficar nele por toda vida. Além disso, os elementos que busquei analisar nas obras sustentam até hoje as bases teóricas que organizam minhas aulas, textos e conferências. Tenho um apreço especial pelo livro 'A descoberta do mundo', que reúne as crônicas da autora no Jornal do Brasil. Ele foi uma referência afetiva, nos 25 anos em que atuei como cronista, em mídia impressa" (Nina Veiga).
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MUKASONGA, Scholastique. A mulher de pés descalços. São Paulo: Editora Nós, 2017.
"O livro de Scholastique Mukasonga, A mulher de pés descalços, é uma ode ao amor de sua mãe. Ao esforço de uma mulher para cuidar de seus filhos e filhas com dignidade, em meio às piores situações que o desrespeito dos poderosos pelas gentes pode provocar. Ao ler o texto suave e delicado dessa autora africana eu ficava pensando como, como ela consegue lembrar de tudo isso e não sucumbir. A resposta que imaginei foi: pela escrita. Ao narrar as várias camadas de amor e terror que viveu e o esforço de sua mãe para protegê-la, Scholastique nos ensina sobre amor e dignidade" (Nina Veiga).
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AKHMÁTOVA, Anna. Antologia Poética. Porto Alegre: L&PM, 2018.
"Em minha Tese de doutoramento, a presença de Anna Akhmátova, se deu através de sua política de narratividade, especialmente pelo acmeísmo, a busca poética simples, clara, usual, lógica, apolínia. A personagem da Tese, também Ana, está tentando escrever poesia e se queixava por ser intelectual demais, adestrada pela escrita científica. A personagem insistiu, ensaiou, até escrever quase de olhos fechados:
O mistério de um não-encontro
tem desolados triunfos:
frases não-ditas,
palavras silenciadas,
olhares que não se cruzaram
nem souberam onde repousar -
só as lágrimas se alegram
por poderem livremente correr.
A poesia que a personagem Ana escreve é de autoria da poeta russa Anna Akhmátova, hábil em poetar o feminino, a mulher, a casa com lógica científica" (Nina Veiga).
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LLANSOL, Maria Gabriela. Livro de Horas III: Numerosas Linhas. Porto, Assírio & Alvim, 2013.
"Se eu fosse uma pessoa com favoritos, o que não sou, talvez eu pudesse considerar Maria Gabriela Llansol como minha escritora favorita. Favoritismos à parte, essa autora portuguesa, com certeza, é a que mais li e uso. Além da minha Tese de doutoramento, tenho livros, programas e cursos, onde a voz de Llansol aparece. Não é uma aparição técnica, analítica, é uma aparição em cor, uma cor llasoniana que atravessa e me atravessa" (Nina Veiga).
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CHIZIANE, Paulina. Eu, mulher... Por uma nova visão do mundo. Belo Horizonte: Nandyala, 2013.
"Gosto muito de autores em Língua Portuguesa das Áfricas. Mia Couto é o mais conhecido deles, assim como Agualusa, mas Paulina Chiziani é, sem dúvida, a mais próxima de meu coração. Seu universo de reflexão se aproxima muito das minhas pesquisas, numa perspectiva que amplia minha visão do território da casa e seus personagens humanos e não-humanos" (Nina Veiga).
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ESPANCA, Florbela. Antologia poética. São Paulo: Martin Claret, 2015.
"Florbela Espanca é mais do que uma poeta, ela é uma referência importante para a escrita de mulheres. O fato de ter feito Doutorado Sanduíche em Portugal, me aproximou ainda mais dessa autora. Ela aparece duas vezes na Tese, na voz da personagem Ana e quando a cito, na constituição do conceito de devir-mulher da escrita: 'O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais...'" (Nina Veiga).
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HOOKS, bell. Tudo sobre o amor: novas perspectivas. São Paulo: Editora Elefante, 2020.
"bell hooks é uma musa para mim. As musas eram reverenciadas como fontes divinas de inspiração. Ler bell é entrar em contato com essa fonte divina de inspiração. Sendo que divina aqui, quer dizer daquilo que uma pessoa pode fazer de melhor para expressar seu pensamento, seu sentimento e sua ação no mundo. Ler bell aumenta minha potência de existir. bell é letra por uma estética da vida viva" (Nina Veiga).
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