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artes-manuais para a Revolução
grupo de estudos do ativismo delicado
a ideia
que ações podemos fazer para não esmorecer?
Independência
Este é o terceiro grupo de estudos do Ativismo Delicado, desta vez, com o tema Artes-Manuais para a Revolução. A ideia é pensar nas ações que podemos fazer para não esmorecer, enquanto a gente vive sob o domínio de um governo que quer apequenar a vida.
colaboração
cartase
As contribuições de 10 ou 20 reais servirão para o pagamento do site e domínio. Assinatura do Zoom. Honorários de uma jornalista profissional que atende as redes e auxilia na edição dos vídeos e atualização do site. Apoio para compra de livros.- Primeiro encontroA doutrina das coisas próximas - segunda-feira, 28 de outubro de 2019.
Umas vontades
um mapamuitas ações
e suas cartografias*
*escritas que acompanham processos
uma necessidade
compor outras epistemologias
Resumo do encontro no Facebook, por Nina Veiga, terce-feira, 29 de outubro de 2019.
Segundo encontro
Nesta seção mostre seus projetos, recursos ou clientes.
segundo encontro
a linha entre a casa e a rua
tecer uma linha entre a casa e a rua na composição de rodas de conversa que possam criar comunidades que se apoiam e compartilham suas angústias e alegrias.
rodas de conversa
resumo do segundo encontro no Facebook, por Nina Veiga, terca-feira, 5 de novembro de 2019.
a ideia é nos fortalecer através de conversas e leituras para que cada ativista possa organizar rodas de artes-manuais, abrindo a escuta e a fala, na composição de gestos significativos e vida comunitária.
- terceiro encontroa mão e suas ferramentas em ação
quarto encontro
Dar as mãos: a roda, um dispositivo para fazer fluir o diálogoContribuições do encontro
Contribuições de Andréa Cordeiro*
As Rodas ( de conversa, de bordado, de leitura) não são apenas uma disposição atávica que nos move a ficar juntos e circulares em torno de algo. Nosso afastamento paulatino da natureza e da história ( inclusive nossa natureza e nossa história), talvez pudesse ter feito a roda desaparecer como modo de estar juntos, no entanto, ela permanece como um dispositivo comunicativo nos encontros, em especial na educação.
Pensar com responsabilidade a roda nos encontros em que queremos aprender e ensinar me parece urgente. A roda pode existir para ser a “roda em torno de mim, da professora, do ego, do que eu sei, do que eu pronuncio”, pode ser a disposição das pessoas no espaço que tem menos de circularidade e mais de arena. A roda pode se prestar a estarmos na tentativa de controle (vemos todas, todos os gestos de todas as pessoas, ninguém tem como escapar do controle de minha vigilância em roda), pode estar mais para Panóptico de Foucault do que para Ciranda de Lia.
A roda pode também ser anel, aliança, círculo, “círculo de cultura”. Paulo Freire lança mão da roda cunhando o conceito-ação de Círculos de Cultura, fundamentais dentro de sua pedagogia para a educação popular de jovens e adultos. Nesta perspectiva a Roda representa a igualdade de posição, o educador é mais um elo na roda, não sua peça central. Os círculos promovem a valoração de cada saber escondido em cada pessoa, e o diálogo lhes oferece o espaço para que “sabendo-se no mundo, o pronunciem” (Paulo Freire , Pedagogia do Oprimido)”. O educador, a educadora, quem mediar a roda, o faz, segundo a metodologia dos Círculos de Cultura, favorecendo essa segurança, e realizando a investigação do léxico, das questões, das práticas narradas , para daí construir a TEMATIZAÇÃO através das PALAVRAS GERADORAS. A TEMATIZAÇÃO vai instigar o gênio de cada um a buscar ir além do que apenas se diz, mas ao que se pronuncia de fato, entendendo mais profundamente as relações entre o que me move e o que move os demais com os grandes modelos, com as ideias que movem o mundo. “O mundo é comigo Dentro ( Nina Veiga) “, é isso que enseja a tematização, que gera por conseguinte a PROBLEMATIZAÇÃO que sai do lugar do vamos elucubrar para o lugar de VAMOS FAZER . “A ação de problematizar em Paulo Freire impõe ênfase no sujeito práxico que discute os problemas surgidos da observação da realidade com todas as suas contradições, buscando explicações que o ajudem a transformá-la.” ( DANTAS&LINHARES: http://www.edpopsus.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/texto-2-4-cc3adrculos-de-cultura.pdf)
Termino este texto muito breve para ser ensaio, muito longo para ser post, com os parágrafos finais da Carta de Paulo Frire às professoras”. Ele nos conta:
“Certa vez, uma alfabetizanda nordestina discutia, em seu círculo de cultura, uma codificação que representava um homem que, trabalhando o barro, criava com as mãos, um jarro. Discutia-se, através da "leitura" de uma série de codificações que, no fundo, são representações da realidade concreta, o que é cultura. O conceito de cultura já havia sido apreendido pelo grupo através do esforço da compreensão que caracteriza a leitura do mundo e/ou da palavra. Na sua experiência anterior, cuja memória ela guardava no seu corpo, sua compreensão do processo em que o homem, trabalhando o barro, criava o jarro, compreensão gestada sensorialmente, lhe dizia que fazer o jarro era uma forma de trabalho com que, concretamente, se sustentava. Assim como o jarro era apenas o objeto, produto do trabalho que, vendido, viabilizava sua vida e a de sua família.
Agora, ultrapassando a experiência sensorial, indo mais além dela, dava um passo fundamental: alcançava a capacidade de generalizar que caracteriza a "experiência escolar". Criar o jarro como o trabalho transformador sobre o barro não era apenas a forma de sobreviver, mas também de fazer cultura, de fazer arte. anterior do mundo e dos que-fazeres no mundo, aquela alfabetizanda nordestina disse segura e orgulhosa: "Faço cultura. Faço isto".” ( Paulo Freire, Carta de Paulo Freire aos professores: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142001000200013). Texto: Andréa Cordeiro* Profa. Dra. Andréa Cordeiro, doutora em Educação, é ativista delicada, professora no Setor de Educação da UFPR.
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